A falta de prazer sexual era sabido há muito tempo. Verbalizado ao fim de muitos anos de silêncio. No meu caminho de desenvolvimento pessoal iam-se levantando umas tabuletas com a palavra “prazer”. Uma situação ginecológica voltou a trazer o tema para cima da mesa. Aceitei, finalmente, que precisava de ajuda.
Passaram-se 4 meses. Hoje olho para trás e observo:
- quando tomei a decisão de trabalhar o prazer ele foi entrando na minha vida,
- cortei com uma relação afectiva onde não estava bem,
- um conjunto de coincidências levaram-me a voltar a dançar, um prazer e alegria que tinha deixado por razões familiares e já tinha esquecido o quanto gostava,
- espantei-me a olhar-me com mais apreço, a gostar de ouvir a minha voz, a enamorar-me de mim mesma,
- entrou um novo homem na minha vida.
O caminho do prazer não terminou, mas só por tudo o que já mudou estou profundamente grata. Obrigada Sati por teres a coragem e a disponibilidade para este trabalho, por partilhares um conhecimento escondido, esquecido, tão enriquecedor e poderoso.
Aisha, 41 anos, bancária
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Conheço Aisha há 4 ou 5 anos. A partir daí os nossos caminhos cruzaram-se várias vezes por razões diversas, ela inclusive fez algumas massagens comigo para relaxar e reequilibrar. Estava na minha lista de amigas.
Há 4 meses marcou uma massagem comigo, só que desta vez vinha enviada pela Dra Radmila Jovanovic, ginecologista-obstetra que costuma recomendar o meu trabalho a pacientes suas, e trouxe a revelação: nunca tinha tido prazer.
É uma mulher jovem, bonita, doce, interessante. Uma entre centenas de milhares (ou mais) em Portugal, e de biliões no mundo, que nunca tiveram ou raramente têm prazer.
Só que destas coisas não se fala: nem aos namorados e maridos, nem às amigas. Afinal ainda está nas nossas células que não se espera que as mulheres tenham prazer.
Muitas vezes é alguém mais atento que se apercebe, uma médica experiente e atenta (como é o caso), um psicólogo... Mas mesmo nessas alturas é muito difícil a mulher aceitar ser ajudada. Inventa 1001 desculpas para não sair do estado conhecido em que se encontra. Dói, mas já sabe como é.
Aisha é uma das que teve essa coragem. Não lhe foi fácil (nem é ainda, embora seja cada vez mais) mas os resultados vieram muito rapidamente e são tão compensadores. É que não se trata só de ter prazer durante a intimidade física.
Essa permissão e abertura ao prazer trazem aumento da auto-estima, da alegria, da vitalidade, da saúde, melhora os relacionamentos, a maneira de estar na vida. A falta dele traz exactamente o contrário.
É uma opção entre viver plenamente, com criatividade, determinação, amor-próprio, sabendo o que se quer e sendo capaz de ir atrás; ou viver tristonho, sem grande rumo na vida, sem objectivos e muitas vezes com enormes problemas de saúde.
Muitos dos problemas físicos e emocionais na mulher escondem a falta de auto-permissão para terem prazer; a falta de coragem para comunicarem aos parceiros o que gostam, para porem limites; a falta de compreensão pela parte do outro.
Muitos relacionamentos não funcionam porque se descura totalmente esta parte tão importante, que no Taoismo é associada a... saúde e medicina!
Sati