quinta-feira, 2 de abril de 2015

Um ano de Ser Pleno



Em memória da minha avó

O Google avisou-me que Ser Pleno fazia um ano. Não sou muito dada a essas coisas de datas, não me lembrava de todo, mas gostei de saber. E hoje dei-me conta que o nascimento de Ser Pleno coincidiu com a data de nascimento da minha avó: 30 de Março. Minha avó, mulher guerreira. Mulher que pariu meia dúzia de filhos, os sustentou, e ainda levava pancada do marido, por isso um dia foi-se embora de casa. Foi seguramente das primeiras mulheres no Alentejo a abandonar o “lar”.

Apesar das imensas dificuldades, era alegre, bem-disposta e sempre pronta para uma boa farra. Então, foi feliz muitas vezes. Que me lembre, era a única pessoa que me amava incondicionalmente. Acho que só com ela eu podia ser eu. Este primeiro aniversário de Ser Pleno é em memória dela.

Ser Pleno tem como objectivos ajudar a que mulheres e homens sejam integralmente, se cumpram como seres humanos, como pessoas.

Que ela possa, que eu, nós, todos os homens e todas as mulheres do passado, do presente e do futuro possamos fluir para um mundo onde nos sintamos bem connosco, com os outros e com o todo.


Há uns seis mil anos que a humanidade enfrenta a repressão da vida. O objectivo tem sido ir para o céu, atingir Nirvana (que significa a extinção do corpo), transcender a matéria. E isso tem levado a uma série infindável de repressões do corpo e da pessoa. Sendo a mulher associada à matéria e o homem à consciência, ela foi considerada a encarnação do próprio mal, como pessoa foi considerada um ser inferior, foram-lhe retirados direitos.

Num universo de equilíbrio de opostos – calor-frio, actividade-descanso, dia-noite – foi negada parte da humanidade: a mulher foi suprimida; ao homem foi retirada a mulher. A quem é que isto pode convir? Parece-me que a ninguém.

E é assim que vivemos numa sociedade desequilibrada, patológica, onde se defende a guerra e ataca o prazer. Onde as pessoas não têm o direito de ser inteiras, mas se aceita e estimula a riqueza desmesurada que conduz à fome. Onde cada um vê o seu umbigo e fica tão ofuscado por ele que não percebe que ao ignorar os outros se está também a ignorar a si.  

Em Ser Pleno defende-se a inteireza da vida e das pessoas e trabalha-se para ajudar a resgatar aquilo que somos por direito de nascença e logo por direito divino. 


Não queremos roubar nada, só queremos usufruir do que somos e do que temos dentro do nosso próprio corpo e da nossa própria alma.

Em Ser Pleno acreditamos que o ódio, a guerra, a fome, a falta de afecto, bem como a maior parte das doenças nascem devido à negação do direito a Ser. Porque queremos um mundo mais equilibrado, trabalhamos para isso: trabalhamos ajudando as pessoas a resgatarem a sua totalidade. 

Ajudamos as pessoas a serem plenas.